domingo, dezembro 16, 2007

Devo continuar a deixar o coração bater sem medo

Pediram-me para parar de escutar as músicas que andava a ouvir. Disseram que estava a me fazer mal. Resolvi acatar o conselho. Pior, muito pior foi ouvir Legião Urbana. Fujo de Renato Russo, que entendia tudo que passo. Meus caminhos, minhas escolhas, meus problemas. Desde sempre obtive essa compreensão de sua poesia, e nem aprecio tanto assim sua música. Vento no Litoral, L'Avventura, Eu era um Lobisomem Juvenil, Sete Cidades, Sereníssima são todas descrições de meus sentimentos. É como Clarice, escrutando os recantos da nossa alma. Pois como eu conclui com a Lubi nessa semana: todos nós sentimos igual, alguns com mais intensidade que outros. Agora deixa eu voltar para o Bituca, pois ele me deixava mais feliz.

Maurício - Renato Russo

Já não sei dizer se ainda sei sentir
O meu coração já não me pertence
Já não quer mais me obedecer
Parece agora estar tão cansado quanto eu.
Até pensei que era mais por não saber
Que ainda sou capaz de acreditar.
Me sinto tão só
E dizem que a solidão até que me cai bem.
Às vezes faço planos
Às vezes quero ir
para algum país distante e
voltar a ser feliz.
Já não sei dizer o que aconteceu
Se tudo que sonhei foi mesmo um sonho meu
Se meu desejo então já se realizou
O que fazer depois
Pra onde é que vou?
Eu vi você voltar pra mim.



E esse post é o último sobre esse "assunto". Esse blog é um veículo plural e não diz respeito a mim mesma. Nunca foi assim, não é agora que mudará.

2 comentários:

carla cursino disse...

Por muito, muito tempo, essa música aí, Maurício, dizia tudo (e mais um pouco) sobre mim. Às vezes, tenho vontade de ouvi-la apenas para lembrar de onde eu vim, do fundo do poço de onde saí.
Esses seus últimos posts me fizeram pensar muito. Mas volte mesmo aos seus comentários sobre cultura - são mais felizes!!!
Saudades, Manu!
Beijos!

Lubi disse...

Ê, flor.
Eu tento, tento não me repetir. Mas, você. Viu?
rs.
Sempre me dizem das minhas músicas. Mas eu consigo ver uma pitada de beleza na tristeza, uma pitadinha só naquela melancolia de quando a gente perde o olhar num ponto fixo.
E essa Maurício. Cobriu umas noites tristes minhas, quando eu perdi amor. Hoje escuto (muito) menos Legião... Tal como Carla, só ás vezes, pra lembrar do fundo de onde emergir. Pra lembrar que as dores passam; podem demorar, mas passa.

"Às vezes faço planos
Às vezes quero ir
para algum país distante e
voltar a ser feliz."

Isso.

Um beijo.