domingo, dezembro 30, 2007

A felicidade de Arthur Schopenhauer

“Todos nós nascemos na Arcádia todos viemos ao mundo cheios de pretensões de felicidade e prazer e conservamos a insensata esperança de fazê-las valer, até o momento em que o destino nos aferra bruscamente e nos mostra que nada é nosso, mas tudo é dele, uma vez que ele detém um direito incontestável não apenas sobre nossas posses e nossos ganhos, mas também sobre nossos braços e nossas pernas, nossos olhos e nossos ouvidos, e até mesmo sobre nosso nariz no centro do rosto. A experiência vem em seguida e nos ensina que a felicidade e o prazer não passam de uma quimera, mostrada a uma distancia por uma ilusão, enquanto o sofrimento e a dor são reais e manifestam-se diretamente por si sós, sem a necessidade da ilusão e da espera. Se seu ensinamento se mostra frutífero, deixamos de buscar a felicidade e o prazer e passamos a nos preocupar apenas em fugir ao máximo do sofrimento e da dor. “O homem sábio não persegue o que é agradável, mas a ausência de dor” (Aristóteles, Ética a Nicômaco). Reconhecemos que o melhor que o mundo nos pode oferecer é um presente suportável, tranqüilo e sem dor; se isso nos é dado, sabemos apreciá-lo e cuidamos bem para não estragá-lo ansiando sem trégua alegrias imaginárias ou preocupando-nos temerosos com um futuro sempre incerto que, a despeito de nossos esforços depende totalmente do destino. Além disso: por que haveria de ser insensato preocupar-se sempre em usufruir ao máximo o presente único e seguro, se a vida inteira não passa de um fragmento maior do presente e como tal é absolutamente efêmera?”

Escrito pelo pessimista Arthur Schopenhauer n’A Arte de Ser Feliz, Máxima

Um comentário:

Lubi disse...

Ah, ele não é pessimista, não!

(Hehehehe!)