Gente, eu sei que eu prometi não mais falar sobre isso. Mas ontem comecei a ler um livro maravilhoso sobre o amor. "Fragmentos de um Discurso Amoroso" do Roland Barthes foi uma dica da minha querida amiga Albana. Ela achou que esse seria meu momento de ler este livro. Não digo que é o momento perfeito, mas o livro é perfeito e genial. Em qualquer momento seria ideal. Parei todas as minhas leituras para me dedicar a esta. Nem terminei ainda e já quero falar sobre ele. Barthes faz você deixar de se sentir único. Ele coloca você (se você é um sujeito enamorado) contra a parede e mostra todas as atitudes, os pensamentos e as palavras que você ridiculamente coloca no mundo. É bom para uma percepção aguçada de que não somos únicos e que todo mundo faz as mesmas coisas seja por amor, por falta de amor ou por outras coisas. Se você se sente sozinho no mundo, saiba que tem tanta gente se sentindo como você que isso foi material suficiente para Roland Barthes escrever um livro sobre essas coisas. E que, antes dele, os personagens-base de "Fragmentos..." já te descreviam, como o Werther de Goethe.
Isso é, ao mesmo tempo, reconfortante e desesperador. Leiam.
Um fragmento:
"Como termina um amor? - O quê? Termina? E, suma, ninguém - exceto os outros - nunca sabe disso; uma espécie de inocência mascara o fim dessa coisa concebida, afirmada, vivida como se fosse eterna. O que quer que se torne objeto amado, quer ele desapareça ou passe à região da Amizade, de qualque maneira, eu não o vejo nem mesmo se dissipar: o amor que termina se afasta para um outro mundo como uma nave espacial que deixa de piscar: o ser amado ressoava como um clamor, de repento ei-lo sem brilho (o outro nunca desaparece quando e como se esperava). Esse fenômeno resulta de uma imposição do discurso amoros: eu mesmo (sujeito enamorado) não posso construir até o fim minha história de amor: sou o poeta (o recitante apenas do começo); o final dessa história, assim como a minha própria morte, pertence aos outros; eles que escrevam o romance, narrativa exterior, mítica."
Isso é, ao mesmo tempo, reconfortante e desesperador. Leiam.
Um fragmento:
"Como termina um amor? - O quê? Termina? E, suma, ninguém - exceto os outros - nunca sabe disso; uma espécie de inocência mascara o fim dessa coisa concebida, afirmada, vivida como se fosse eterna. O que quer que se torne objeto amado, quer ele desapareça ou passe à região da Amizade, de qualque maneira, eu não o vejo nem mesmo se dissipar: o amor que termina se afasta para um outro mundo como uma nave espacial que deixa de piscar: o ser amado ressoava como um clamor, de repento ei-lo sem brilho (o outro nunca desaparece quando e como se esperava). Esse fenômeno resulta de uma imposição do discurso amoros: eu mesmo (sujeito enamorado) não posso construir até o fim minha história de amor: sou o poeta (o recitante apenas do começo); o final dessa história, assim como a minha própria morte, pertence aos outros; eles que escrevam o romance, narrativa exterior, mítica."
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