segunda-feira, outubro 08, 2007

Musicais, meu guilty pleasure do cinema. Ou não.

Eu nunca escondi minha paixão pelos musicais. Quando era pequena, assisti à Mary Poppins mais de cinqüenta vezes, acho eu. Colocava a fita que minha mãe gravou da Tela Quente todos os dias. E cantava todas as músicas: Supercalifragilisticspialidocious, Spoon Full of Sugar, Tupence a Bag... Um universo repleto do kitsch, do brega, de ingenuidade, ritmo e uma surrealidade muito engraçada.

O elemento surreal é aquela história das pessoas cantarem sozinhas em seus quartos. Quem brincou com isso esses tempos foi aquele moço, o Paul Thomas Anderson, em Magnólia (1999). Em determinado instante, os personagens cantam a trilha sonora (linda, da Aimee Mannn) em seus cenários separados, em momentos inusitados, como se estivessem sincronizados. Magnólia não é exatamente meu filme preferido – pra falar a verdade, eu não gostei muito – mas esse momento é especial.

A maioria das pessoas detesta musicais, pelo mesmo motivo que eu os adoro. Por que as pessoas em vez de dialogarem, falarem, expressam seus sentimentos por meio do canto ou da dança? O que é incompreensível pra uns, é motivo de diversão pra mim. Adoro A Noviça Rebelde, Hair, Footloose, Moulin Rouge, Chicago, O fantasma da Ópera, Billy Elliot e muitos outros.

Se você não concorda comigo que musicais são legais e divertidos, você vai ter que admitir que há filmes que não seriam cultuados não fosse por suas trilhas sonoras. O que seria de Pulp Fiction sem a trilha de surf music e a cena de dança entre Uma Thurman e John Travolta. E continuando em Tarantino (um grande exemplo desses fatos), o que seria de Reservoir Dogs sem Stuck in the Middle With You, ou de Pulp Fiction sem sua canção tema?

O que seria de Tubarão sem aquela trilha sonora? Mais um filme sobre tubarões assassinos. Woody Allen sem a companhia do Jazz? Fellini sem seu eterno Nino Rota? Mais exemplos me escapam a memória. É claro que esta é uma discussão infrutífera: é indubitável que a trilha sonora é indispensável para um bom andamento. Há inclusive gente tentando levar adiante a idéia de fazer cinema sem música. Já ouvi falar muito em experimentações assim e fico intrigada em saber como funcionam. Alguém me contou que a série The Office não tem música de fundo. Estou curiosíssima para ver como isso funciona.

Bem, este texto gigantesco de declaração de amor à musicais e à trilhas sonoras serve para falar pra vocês: assistam ao Hairspray. Eu não me sinto ainda segura pra resenhar o filme, pois não vi a versão do John Waters de 1988. Bem, mas isso não me impede de recomendá-lo. Foi um dos poucos filmes que me deixou com um sorriso no rosto do começo ao fim. A protagonista Nikki Blonski, que interpreta a garota Tracy Turnblad é uma das pessoas mais cativantes que eu já vi numa tela de cinema. Ela é radiante, dá vontade de dançar e cantar junto. E a sua mãe Edna, interpretada por John Travolta, não fica atrás. Travolta fez um trabalho maravilhoso e é difícil imaginar como ele aprendeu a ser tão feminino. Quando eu assistir ao Hairspray de 88, comento melhor. Ficaapromessa.

4 comentários:

iasa monique disse...

ta gordo

Manuela disse...

tem 30kg de enchimento!

carla cursino disse...

Ooo, eu amei Hairspray. Fofo demais!

Anônimo disse...

ééééé... enchimento...