sábado, setembro 27, 2008

Almas que oscilam; perguntas sem resposta.



– Você jamais seguiu a força da maré.
– É o que faço agora, willingless.
– Prove-me que não me amas.
- Regardes moi dans les yeux.
- Não dizes nada com esses olhos.
- Justiça seja feita.

- Eu quero compreender.
- Além de minhas forças.
- Siga este raciocínio, por favor.
- Olhe para o espelho, por favor.

- Meus passos... titubeio.
- Olhas para trás?
- Para que se preocupar?
- Eu não sou ficção.
- És personagem de minha vida.
- Carne e osso.
- Insegura como num romance.
- Não há incertezas.
- Não chores.

- Agora eu me sinto como um retrato em prata gelatina.
- Noema: “Isso foi.”
- E estou em flou.

Cai o silêncio, “essa substância inescrutável que é a sustança da solidão.”

- Preciso de um conhaque.
- Make it two.

domingo, setembro 14, 2008

Três anedotas

*

Foi um silêncio infinito que durou exatos trinta e cinco segundos: tempo suficiente para tomar uma decisão, hesitar entre as alternativas e, finalmente, optar. Havia quem observasse este conflito dos indecisos – um olhar estático, imóvel e ansioso. Ela, baixou a vista. Então, olhando por cima dos óculos, repetiu as palavras que já ouvira de outras bocas. Certo nervosismo.

*

Conhecia as palavras que ele diria. Não podia, porém, acreditar que elas seriam ditas. O dia, o calor, caminhava – hesitação aparente. Decidiu acalmar-se, água fria, rosto quente. Dois passos e lá encontrou seu destino. – Diga logo, por favor. Chorou por exatas oito horas.

*

Ali, ela traçou o seu destino, sabia com o coração o que diria. Caminhou exatos trinta e oito minutos para encontrá-lo. Calmamente, esperou. Olhares preto-e-branco, movimento. Então, entregou-lhe um livro, com olhar frio – és louca. Nunca mais o viu.



terça-feira, setembro 09, 2008

Alfama e as palavras


As palavras, elas estão aqui ao meu lado, e elas são palavras leves e doces e tímidas. Um dia, elas aparecem.

sábado, setembro 06, 2008

Por que mudar?


Porque a mudança, de alguma maneira, me faz viva. E por que eu mudo (eu tento) a cada instante: sou como o rio. E, como disse antes, ando sem palavras. Quanto menos delas, melhor pra mim.

Mais do mesmo:

As coisas da casa, poema de Marcelo Sandman

1.
Ela agora só pode amar
Com a paixão contida
Da borboleta espetada na placa de isopor

(De vez em quando uma asa estala
e sai voando pela sala
e quer quebrar o abajur.)

2.
Trazia nas mãos pressurosas
O ramo das rosas do arrependimento

E no botão da rosa mais vistosa
A abelha venenosa
Que bulia por dentro

3.
A raiva invadiu a casa
Numa labareda violenta

Crestou tudo!

Agora os dois carregam baldes de água
Pra dentro,
Espionados pelos vizinhos,

Que olham de longe,

Por trás de gelosias engelhadas.

quinta-feira, setembro 04, 2008

Frases de efeito à sua escolha



Eu ando sem


Eu ando sem palavras.

quarta-feira, setembro 03, 2008

Crônica da meia-noite

Eu perdi meu raciocínio.

O que é muito comum nos dias de hoje.

- Um Dry Martini, por favor. Não esse, é gin com vermouth e azeitona.

Aquele sentimento de estranheza. O drink é providencial.