Para ler ouvindo A Tempestade.
L’Avventura não consegue entender Longe do Meu Lado
Sei que devo recomeçar. Entretanto, não há fim. Que fênix renasce sem cinzas? Recomeçar, não. Apenas continuar: uma vida repleta de possibilidades, de pontos de encontro e desencontro, de coincidências, de oportunidades. Porque estamos sozinhos no mundo. E a solidão não é relativa, ela é intrínseca.
Dizem que o que os olhos não vêem o coração não sente. Na esperança de não sentir, fecho os olhos. Realmente, é simples não sentir. Queria sentir algo, confesso. Quando abro os olhos, o mundo está lá, estático. E, então, um turbilhão de emoções e confusões me toma e me leva novamente a esse terreno incerto, incógnito. Sinto que por ele quero caminhar, mas algo me impede.
E na tentativa de descobrir um atalho, fecho novamente os olhos. Encontro lábios hesitantes, meu corpo vacila, oscila. O que fazer? Não há tempo para refletir, corpo inculto! Deve haver nesse momento, em algum recôndito, uma dor lancinante, dessas que cortam o coração. Mas ela está reduzida, oculta, abafada por emoções desconhecidas, ruídos mil, e vozes diferentes, etéreas. De súbito, um silêncio chamado desejo as cala.
Na aurora, reinicio. E me pergunto, como fez um poeta, se espero voar, como chego às nuvens com meus pés no chão?
2 comentários:
De fato, reflexão do sentir...sentir sem reflexão...como estar no céu, no seu céu não é??
Velha Legião...
Eh iso...seja levada, caminhe...
Bjus Manu
o mundo, meu amor, não é estático.
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