sábado, novembro 15, 2008

Madrugada

(...)
Meu desejo se confunde
Com a vontade de não ser
(...)
Que a minha pele
Tem o fogo
Do juízo final
(...)
Bicho solto
Um cão sem dono
(...)
Às vezes me preservo
Noutras, suicido!

sábado, novembro 08, 2008

“Pluma que o vento vai levando pelo ar”



— Olha lá, Coração: mãos entrelaçadas e a janela molhada. Aspira: aroma de chuva, proeza da natureza. Conta-me um segredo: qual é a cor do teu pulsar. Não chora não, Coração: nem por dor, nem por amor. Ainda não chora pelos infortúnios ou pelos clichês. Olha pro espelho, Coração, olha no meu olho. Diz para mim que está bem aqui, no meu peito, a pulsar. Fala pra mim, Coração, diz que não é verdade que eu não passo de um mero respirar, de um mero estar. Convence-me que a vida não é mero azar. Que lágrimas são essas? Não me diga que são de pesar, Coração. Quero que sejam de felicidade genuína. Como és ingênuo; não há felicidade. Que sorriso lindo.