quarta-feira, dezembro 30, 2009

Graduei-me

TRÊS POR QUATRO: REVISTA TEMÁTICA DE FOTOGRAFIA BRASILEIRA


Esse trabalho foi realizado em memória de meu vovô Hélio Mattos, que no fim desse ano foi morar no céu. Deixo aqui meu beijo sincero, da bonequinha de louça para o bonequinho de barro.

Para sua realização agradeço:

Ao meu ouro de mina: minha mãe e meu pai, por absolutamente tudo.

À irmã querida Mariana Salazar e ao amigo e mestre João Urban, agradeço pelo carinho familiar e a necessária ajuda

Agradeço também a Luiz Carlos Felizardo, por sua generosidade e disposição.

Ao Marcos Beccari e à Giovana Ruaro, pelas ocasionais contribuições.

À Iasa Monique, pela constante companhia e desespero compartilhado.

Aos mestres Mário Messagi Júnior, José Carlos Fernandes, Myrian Del Vecchio, Carlos Rocha,Toni André Scharlau Vieira e Paulo Camargo pela eventual e solícita ajuda.

Ao orientador Osvaldo Santos Lima, por sábias dicas.

Aos amigos Julia Guedes, Chico Marés, por suas revisões providenciais.Também à Renata Ortega, Cecília Pimenta, Dalane dos Santos
e aos “estagiários de todo o mundo”.

Pelo incentivo agradeço também aos colegas da Assessoria de Comunicação da UFPR, ao Dr. Marcelo Robles Isi, ao Fernando Peña e à Lucinha Mion.

Aos amigos e familiares não citados, mas não menos importantes.

E, last but not least, ao João Guilherme por todo amor, carinho, e apoio.


TRECHO:


3.2 Segmentação da segmentação

Não podemos tratar as revistas de fotografia, sem antes detalhar um pouco o conceito de segmentação. Para Mira, a segmentação das revistas é fruto do que David Harvey chama, de modo abrangente, “acumulação flexível”, ou seja, o novo modelo que gradualmente substituiu o fordismo, após a crise do petróleo de 1973. “Os anos de crise ensejariam inovações tecnológicas, financeiras, organizacionais e mercadológicas, todas direcionadas à flexibilização” (MIRA, 2001, p148). Isso é o completo oposto da produção idealizada por Ford, a partir do início do século XX. O fordismo era lento, pesado, estruturado e baseava-se mais em produção para grandes massas, em grande escala. Com a flexibilização, seria possível atender demandas mais específicas.

O processo de segmentação na área de publicações periódicas, porém, só vai ocorrer de forma sistemática a partir dos anos 90, quando há uma enorme aceleração e aumento do número de revistas. “Uma verdadeira avalanche de publicações superlota as bancas. No mercado brasileiro falava-se, em 1997, em pelo menos 1130 títulos diferentes. O mesmo acontece, como se sabe, em vários países do mundo” (MIRA, 2001, p. 213).

Marília Scalzo afirma que os tipos mais comuns de segmentação são dados por gênero, idade, geografia e tema. E dentro desses recortes, é possível ainda observar a “segmentação da segmentação”:

Por exemplo, partindo do público de pais de crianças, é possível fazer revistas para pais, para mães, para mães de bebês, para mães de bebês gêmeos, para mães de bebês gêmeos que moram em São Paulo... É possível estender e afunilar a lista até chegarmos a grupos muito pequenos - e se quisermos ir ao extremo, até chegar a cada indivíduo em particular. (SCALZO, 2003, p. 49)

No universo das revistas pesquisadas, é notável a diversidade de tipos e públicos-alvo e essa nuance se faz notar claramente. Há revistas de fotografia preto e branco (B&W é exemplo); revistas para fotógrafos amadores (como Super Foto Prática); revistas para fotógrafos profissionais (como PDN); revistas que destacam o equipamento fotográfico (como Fotografe Melhor); revistas sobre fotografia como forma de expressão (como a Camera suiça); revistas sobre teoria da fotografia (a acadêmica Imagens é editada na Universidade de Campinas); revistas para colecionadores de fotografia (a Focus americana foca seus esforços nesse tipo de leitor); revistas para empresários do ramo da fotografia (como Fhox ou Photos); etc.

“As revistas têm a capacidade de reafirmar a identidade de grupos de interesses específicos, funcionando muitas vezes como uma espécie de carteirinha de acesso a eles” (SCALZO, 2003). No mundo das revistas de fotografia não é diferente: cada uma delas se estabelece como de interesse de um tipo de leitor, mesmo que o universo amantes-da-fotografia-que-compram-revistas não seja tão grande ou abrangente quanto o de outros gêneros de publicação como as femininas, masculinas ou para adolescentes. Ou mesmo, que não seja comparável a outros mercados de segmentação como revistas de negócios ou esportes. Mesmo com menos interessados, o mercado das revistas de fotografia mostra que a segmentação pode ser a chave para se obter sucesso comercial no mundo das revistas.

Mas é importante que o público a que se dirija uma revista possua potencial de consumo. “Antes de ser mercado, onde estavam as mulheres, os negros e os aposentados? Naturalmente, eles já existiam, mas não haviam expressado sua diferença em relação a outros segmentos.” (MIRA, 2001, p 214)

Além disso, é preciso “entender quais são as tendências que estão surgindo e quais delas podem traduzir-se em novos títulos” (SCALZO, 2003, p.50). Pois, naturalmente, uma publicação precisa ter, além de anunciantes, leitores que a sustentem neste mundo de bancas de revistas abarrotadas de títulos e assinaturas cada vez mais vantajosas ao consumidor.


No dia 09 de dezembro de 2009, graduei-me jornalista. Sem essas firulas de diploma (que só chega no dia 23 de abril), graduei-me verdadeiramente (e com nota 10) ao apresentar diante de banca de avaliação - formada por meu orientador Prof. Ms. Osvaldo Santos Lima e os professores convidados Profa. Dra. Myrian Del Vechio e Prof. Ms. Paulo Henrique Camargo - o trabalho de conclusão de curso Três por Quatro: Revista Temática de Fotografia Brasileira. Obrigada novamente a todos os que me acompanharam nessa lenta e difícil jornada de 2009. E aos que, de longe, torceram por mim. Ainda não sei bem o que farei quando receber meu diploma, mas sei que 2010 prepara surpresas deliciosas, novidades surpreendentes, muita mudança, alegria, prosperidade e novos ares. Tudo necessário.


2 comentários:

Unknown disse...

Obrigada, minha linda, por você existir e ter o dom de emocionar, de envolver, de transportar pessoas quando escreve.
Parabéns pela formatura, e com certeza esse ano que vem será um ano de muitas conquistas e estarei aqui, de perto (porque levo você no coração) torcendo para que tudo que sonhou se realize, pois você merece.

Lubi disse...

parabéns!
e que bom saber que estará mais por aqui. espero.

beijos.