segunda-feira, dezembro 31, 2007

Post de Ano novo!

Tudo o que eu tentei escrever até agora sobre o ano de 2007 ou foi deprimente demais, ou acabou se transformando em cartas para pessoas que não merecem recebê-las ou soou piegas demais. Desisti.

Não vale a pena escrever sobre o que aconteceu nesse ano que foi o que mais custou a passar em toda minha pequena vida. Neste fim de ano não há “como passou rápido!” ou “parece que foi ontem!” para mim.

Mas 2007 merece sim ser relembrado por toda minha vida. Um período de mudanças e de descobertas. De dúvidas, incertezas. De alegrias e tristezas. De saúde e de doença? Haha. Aí não. Mas de viagens, festas, filmes, leituras, fotografias, arte, palestras, ópera, teatro, beijos, abraços, choro, risos, muito trabalho e muito tédio.

E que venha 2008, cheio de viagens, planos, amores, esperanças, alegrias, tristezas (por que não?), novidades, festas e muito muito muito aprendizado. E claro, muita arte para deixar nossos corações leves e batendo sem medo algum.

Como em todos os dias 31 de dezembro de minha vida: eu espero que o próximo ano seja muuuito melhor do que esse que passou. E este foi um desejo que quase sempre se realizou.

Fernando Pessoa – O Guardador de Rebanhos

Poema XXI

Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar
Seria mais feliz em um momento...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...

Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como que não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva...

O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como que andar,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja...

domingo, dezembro 30, 2007

A felicidade de Arthur Schopenhauer

“Todos nós nascemos na Arcádia todos viemos ao mundo cheios de pretensões de felicidade e prazer e conservamos a insensata esperança de fazê-las valer, até o momento em que o destino nos aferra bruscamente e nos mostra que nada é nosso, mas tudo é dele, uma vez que ele detém um direito incontestável não apenas sobre nossas posses e nossos ganhos, mas também sobre nossos braços e nossas pernas, nossos olhos e nossos ouvidos, e até mesmo sobre nosso nariz no centro do rosto. A experiência vem em seguida e nos ensina que a felicidade e o prazer não passam de uma quimera, mostrada a uma distancia por uma ilusão, enquanto o sofrimento e a dor são reais e manifestam-se diretamente por si sós, sem a necessidade da ilusão e da espera. Se seu ensinamento se mostra frutífero, deixamos de buscar a felicidade e o prazer e passamos a nos preocupar apenas em fugir ao máximo do sofrimento e da dor. “O homem sábio não persegue o que é agradável, mas a ausência de dor” (Aristóteles, Ética a Nicômaco). Reconhecemos que o melhor que o mundo nos pode oferecer é um presente suportável, tranqüilo e sem dor; se isso nos é dado, sabemos apreciá-lo e cuidamos bem para não estragá-lo ansiando sem trégua alegrias imaginárias ou preocupando-nos temerosos com um futuro sempre incerto que, a despeito de nossos esforços depende totalmente do destino. Além disso: por que haveria de ser insensato preocupar-se sempre em usufruir ao máximo o presente único e seguro, se a vida inteira não passa de um fragmento maior do presente e como tal é absolutamente efêmera?”

Escrito pelo pessimista Arthur Schopenhauer n’A Arte de Ser Feliz, Máxima

sábado, dezembro 29, 2007

Fica a dica!


Quer dar uma boa risada nessas férias tediosas? Eu recomendo este site! É um programinha da revista In Style (a Estilo americana) em que você envia uma foto sua e pode "exerimentar" os cortes de cabelos de diversas famosas. Hilário! E ótimo para quem está pensando em mudar o visual.
Ali em cima tem uma amostra para aqueles que sonham com o dia em que a Manuela vai cortar o cabelón, passar uma tinta e, finalmente, mudar. Enquanto eu crio coragem, se divirtam com a Manuela-Madonna, Manuela-Rihanna, Manuela-Gwen etc... hahahaha

sexta-feira, dezembro 28, 2007

A menina e a janela

A janela. Nos prédios vizinhos, duas ou três acesas, e nem madrugada é. A solidão é real, absoluta – até mesmo a cidade está vazia, e não só seu coração. “Uma noite em Curitiba” é o livro que lê e a vida que vive. Uma brisa com cheiro de verde bate no rosto, traz lembranças de meninice. Um inesperado raio cai sobre algum lugar distante, são dois raios e são três raios. Mesmo na ameaça de tempestade, a lua se mostra cheia em sua glória total. Lembra-se da última vez em que olhou por esta janela e estava sentindo-se, como hoje, leve como uma pluma. A lua era cheia, assim como agora, e ela deixou a cortina aberta para que iluminasse seu sono. A situação era outra, os sentimentos eram outros, a moça era outra, o motivo era outro. Hoje, provavelmente, a moça vai deixar a lua (e a tempestade) cuidarem de seu sono. E só a natureza, com esse cheiro de verde infantil, será testemunha desta tranqüilidade de esquecimento, esperança e leveza.

Identical Twins - Diane Arbus

quarta-feira, dezembro 26, 2007

Asas do Desejo


Damiel: When the child was a child, it was the time of these questions. Why am I me, and why not you? Why am I here, and why not there? When did time begin, and where does space end? Isn't life under the sun just a dream? Isn't what I see, hear, and smell just the mirage of a world before the world? Does evil actually exist, and are there people who are really evil? How can it be that I, who am I, wasn't before I was, and that sometime I, the one I am, no longer will be the one I am?

terça-feira, dezembro 25, 2007

Dois Paradoxos


Paradoxo 1

O silêncio. Um silêncio metafórico, dolorido, forçoso. A minha boca - tão acostumada às palavras, aos risos, ao grito, ao choro, ao beijo - permanece fechada. A mente articula frases mil, desculpas, raivas, indiferença, felicidade, mas da boca nada sai. Qualquer palavra parece ter um sentido vago e impreciso. O silêncio é que tem significado.

Paradoxo 2

A solidão. Sentimento relativo, presente e ausente em um tempo mesmo e estranho. São mil tipos, iguais em essência. “Me sinto só”, “Não me deixe só”, “Estou tão só”, “Detesto ficar sozinho”, “Tenho medo da solidão”, “Preciso ficar só”, “Me deixe só”. Só para refletir, só para chorar, só para estudar, só para rir. Só em meio a uma multidão. Só por opção, só por situação, só por incompreensão. Só por gosto, só por desgosto. Solidão da timidez, solidão da amargura, solidão do sofrimento, solidão da rejeição. Seremos todos sós em nossa individualidade ou seria a solidão apenas uma impressão?

sábado, dezembro 22, 2007



quinta-feira, dezembro 20, 2007

Contemplação na terra de Eve Arnold

Ando apaixonada pelo trabalho da fotógrafa americana Eve Arnold. Ela tem uma visão muito interessante sobre o universo feminino. Eve foi a primeira mulher a ingressar na agencia de fotografia Magnum em 1957. Mas bem, não vou falar muito sobre ela: vou apenas mostrar algumas fotos dela de que gostei muito, com o tema mulher. Ah, "for the record", Eve hoje tem 95 anos e mora na Inglaterra.

1954, em Havana, uma mulher num bordel.
Em 1952, em NYC, Marlene Dietrich aguarda nos estúdios Columbia.

Em 1955, em Illinois, Marilyn Monroe descansa entre as filmagens.

Em 1960, NYC, Harlem, modelo celebra o mote "black is beautiful"

Em 1960, Marilyn Monroe durante as filmagens de The Misfits

Mais imagens, no portfolio da autora, no site da Magnum

terça-feira, dezembro 18, 2007

Dica de leitura

Gente, eu sei que eu prometi não mais falar sobre isso. Mas ontem comecei a ler um livro maravilhoso sobre o amor. "Fragmentos de um Discurso Amoroso" do Roland Barthes foi uma dica da minha querida amiga Albana. Ela achou que esse seria meu momento de ler este livro. Não digo que é o momento perfeito, mas o livro é perfeito e genial. Em qualquer momento seria ideal. Parei todas as minhas leituras para me dedicar a esta. Nem terminei ainda e já quero falar sobre ele. Barthes faz você deixar de se sentir único. Ele coloca você (se você é um sujeito enamorado) contra a parede e mostra todas as atitudes, os pensamentos e as palavras que você ridiculamente coloca no mundo. É bom para uma percepção aguçada de que não somos únicos e que todo mundo faz as mesmas coisas seja por amor, por falta de amor ou por outras coisas. Se você se sente sozinho no mundo, saiba que tem tanta gente se sentindo como você que isso foi material suficiente para Roland Barthes escrever um livro sobre essas coisas. E que, antes dele, os personagens-base de "Fragmentos..." já te descreviam, como o Werther de Goethe.
Isso é, ao mesmo tempo, reconfortante e desesperador. Leiam.


Um fragmento:

"Como termina um amor? - O quê? Termina? E, suma, ninguém - exceto os outros - nunca sabe disso; uma espécie de inocência mascara o fim dessa coisa concebida, afirmada, vivida como se fosse eterna. O que quer que se torne objeto amado, quer ele desapareça ou passe à região da Amizade, de qualque maneira, eu não o vejo nem mesmo se dissipar: o amor que termina se afasta para um outro mundo como uma nave espacial que deixa de piscar: o ser amado ressoava como um clamor, de repento ei-lo sem brilho (o outro nunca desaparece quando e como se esperava). Esse fenômeno resulta de uma imposição do discurso amoros: eu mesmo (sujeito enamorado) não posso construir até o fim minha história de amor: sou o poeta (o recitante apenas do começo); o final dessa história, assim como a minha própria morte, pertence aos outros; eles que escrevam o romance, narrativa exterior, mítica."

domingo, dezembro 16, 2007

Devo continuar a deixar o coração bater sem medo

Pediram-me para parar de escutar as músicas que andava a ouvir. Disseram que estava a me fazer mal. Resolvi acatar o conselho. Pior, muito pior foi ouvir Legião Urbana. Fujo de Renato Russo, que entendia tudo que passo. Meus caminhos, minhas escolhas, meus problemas. Desde sempre obtive essa compreensão de sua poesia, e nem aprecio tanto assim sua música. Vento no Litoral, L'Avventura, Eu era um Lobisomem Juvenil, Sete Cidades, Sereníssima são todas descrições de meus sentimentos. É como Clarice, escrutando os recantos da nossa alma. Pois como eu conclui com a Lubi nessa semana: todos nós sentimos igual, alguns com mais intensidade que outros. Agora deixa eu voltar para o Bituca, pois ele me deixava mais feliz.

Maurício - Renato Russo

Já não sei dizer se ainda sei sentir
O meu coração já não me pertence
Já não quer mais me obedecer
Parece agora estar tão cansado quanto eu.
Até pensei que era mais por não saber
Que ainda sou capaz de acreditar.
Me sinto tão só
E dizem que a solidão até que me cai bem.
Às vezes faço planos
Às vezes quero ir
para algum país distante e
voltar a ser feliz.
Já não sei dizer o que aconteceu
Se tudo que sonhei foi mesmo um sonho meu
Se meu desejo então já se realizou
O que fazer depois
Pra onde é que vou?
Eu vi você voltar pra mim.



E esse post é o último sobre esse "assunto". Esse blog é um veículo plural e não diz respeito a mim mesma. Nunca foi assim, não é agora que mudará.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Mais uma flor abandonada.

A manhã é hora da esperança. À tarde, reflexão. No poente, choro. Antes de dormir, acredito em mim mesma com todas as forças. De madrugada, naturalmente, sonho. Nesse momento tudo é possível: crer, esquecer, amar, odiar, ser triste ou feliz. E o ciclo se reinicia. E você, o que faz, no que pensa, no que crê? São questões sem resposta.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Por que amo o cinema italiano?

De vez em quando eu preciso assistir a um filme italiano. Eu sinto fome de cinema italiano. Por isso eu vou aos poucos, devagar, pra eles não acabarem. Até por que eu nem sei como anda o cinema contemporâneo na Itália (preciso averiguar...).

Mas eu me pergunto por que isso? Cheguei a conclusão que eu sou praticamente como um filme italiano: eu falo alto, rápido, dou risada, falo palavrão, danço engraçado, dou escândalo, brigo mesmo, muitas vezes não faço sentido, sou alegre, engraçada e muito real. Além de ser apaixonada pelas idiossincrasias humanas, pelas pequenas pessoas estranhas desse mundo. “De perto, ninguém é normal”. Em um filme italiano de perto, de longe, de muito longe, todo mundo é um pouco estranho.

Claro que eu não sou assim um Fellini, estou mais assim pra um Monicelli ou um De Sica. Tenho meus momentos Antonioni, meus momentos Pasolini, meus momentos Ettore Scola. Meus momentos neo-realismo, meus momentos pós neo-realismo. E por que não, meus momentos Fellini? Quando ninguém me compreende (só quem presta muita atenção, se importa muito), ou quando ajo desesperada como Cabíria, ou perdida como Guido Alselmi.

“Il Cinema” me encanta por demais! Hoje assisti a um filme com a beldade Sophia Loren e o meu ídolo Marcello Mastroianni. “Ontem, Hoje, Amanhã” (1963) são três curtas-metragens do Vitório de Sica. Um sobre uma mulher que tem filhos para fugir da prisão, um sobre uma mulher riquíssima apaixonada por um homem simples e a última sobre uma prostituta que encanta um jovem seminarista. Se você não gostar do roteiro, da edição, da filmagem, dos enquadramentos etc, assistir a esse filme ainda vai valer a pena pela visão de uma Sophia Loren a fazer de strip-tease enquanto um Mastroianni aplaude eufórico. Cena histórica.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Regina Spektor: sempre ela.


This is how it works

You're young until you're not
You love until you don't
You try until you can't
You laugh until you cry
You cry until you laugh
And everyone must breathe
Until their dying breath

No, this is how it works
You peer inside yourself
You take the things you like
And try to love the things you took
And then you take that love you made
And stick it into some
Someone else's heart
Pumping someone else's blood
And walking arm in arm
You hope it don't get harmed
But even if it does
You'll just do it all again

(On the Radio, do Begin to Hope)

terça-feira, dezembro 11, 2007

Trecho de um conto meu, escrito em 2005.

- Às vezes, não entendo meus próprios pensamentos. Vivo em várias freqüências diferentes. Minha personalidade oscila como as marés. Posso viver ser como o ser mais amável do mundo, e meu brilho irá encostar por onde eu passar, e as pessoas poderão pensar em como sou maravilhosa e bondosa. Mas há dias em que meu coração encontra-se em estado de letargia. Não consigo transmitir qualquer forma de sentimento. Também, em alguns períodos, entristeço e acredito ser o pior dos seres. Sinto uma tristeza infinita, minha alma em pedaços. Sinto vontade de cometer loucuras totalmente contra meus princípios. De repente sinto desejo de ir embora e não mais ver quem vejo todos os dias, quem me ama, para não mais me deparar comigo mesma. Foi o que fiz com ele.

- Esses meus sentimentos, imagino serem normais em todas as pessoas abandonadas. Mas uma confusão se coloca em minha mente quando enxergo o quanto todos são bravos, fortes, inabaláveis. É praticamente impossível que as pessoas sejam assim quando se encontram sozinhas somente com seus corações. E é isso que me atormenta. Será que no mundo, existem pessoas que mesmo nos momentos mais infelizes não chorem, quando sozinhas em seus quartos. No silêncio da madrugada não há ninguém com quem elas possam dividir seus segredos mais profundos.Será então que Ela jamais chore por mim? Não há mais como descobrir... E eu me sinto tão mal, eu e a rosa, flor do amor despedaçado.

domingo, dezembro 09, 2007

Achado no Felicidade Clandestina

“... mas quem sabe, foi porque o mundo também é rato, e eu tinha pensado que já estava pronta para o rato também. Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É por que eu não quis o amor solene, sem compreender que a senilidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria – e não o que é. É por que ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele. É também porque eu me ofendo à toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa. É porque sou muito possessiva e então me foi pergunto com alguma ironia se eu também queria o rato para mim. (...)”


Clarice Lispector no conto Perdoando Deus

Impressões sobre NYC – Capítulo III

Demorou, mas continuo minhas impressões sobre NYC.

Enfim, o objetivo de minha viagem: Poetry Reading na New York University. Uma noite importantíssima para minha mãe – Jussara Salazar – que leu um poema sobre um Parangolé da obra de Hélio Oiticica, presente na coleção de arte de Patrícia Cisneros. Além desse poema, ela leu Circuladô de Fulô de Haroldo de Campos e um poema chamado Flu, que eu traduzi para o inglês e não deixei ela creditar. Acabei por me arrepender, pois ao ouvi-la na voz da intérprete achei razoável. Nesse dia também leu seus poemas a curadora do evento, Lila Zemborain.

Em NYC, as pessoas realmente vão a leituras de poesia. O centro de línguas estava cheio de gente interessada em poesia, línguas latinas etc. Foi muito interessante conversar com gente de toda América Latina, portugueses, e até americanos que falam português. Conheci uma menina – se não me engano ela se chamava Laura – que falava um português perfeito. E ela era de Chicago!

Depois disso não posso deixar de contar que fomos jantar em um restaurante japonês e que vimos o Kiefer Sutherland, aquele que faz o Jack Bauer no 24 horas. Kiefer esse que está amargando uma prisão de 48 dias na Califórnia, por DIU, Driving Under The Influence.

Cenas do próximo capítulo (prometo que mais divertidas!): Uma Jazz-Nite no Harlem